Biografia
“Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos”, se perdera (o futuro rei), em Veiros, pela filha do sapateiro Pero Esteves, o Barbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi Afonso I de Bragança ou Afonso de Portugal (nascido em Veiros em 10 de agosto de 1377 e morto em 15 de dezembro de 1461 em Chaves, ali sepultado). A 30 de dezembro de 1442, foi feito Duque de Bragança, também 8.° Conde de Barcelos e Conde de Ourém.
O primitivo património dos Bragança formou-se com bens e terras da filha do condestável Nuno Álvares Pereira (1360-1431), 7.° Conde de Barcelos. Foi o fundador da casa de Bragança. O senhorio e o ducado de Bragança foram solicitados ao regente D. Pedro e concedidos em 1442. Os descendentes foram Duques de Guimarães, a 23 de novembro de 1470, e de Barcelos, a 5 de agosto de 1562.
Na armada de Ceuta, ficou responsável pelos aprestos nas províncias da Estremadura e de Entre Douro e Minho, tendo sido nomeado capitão da capitania real. Regressado de Ceuta, recebeu novas “mercês” do seu pai, João I de Portugal. Durante o reinado de Duarte I teve excelentes relações com o meio-irmão, mas não o conseguiu demover da trágica expedição a Tânger.
Depois da morte de Duarte I e durante a regência da viúva Leonor de Aragão e Pedro, irmão do falecido rei, não foram boas as relações entre Afonso e Pedro, chegando quase ao campo de batalha em Mesão Frio, nas margens do rio Douro. A luta foi evitada pelo conde de Ourém, filho de Afonso. Em 1442, este obteve do regente o senhorio e ducado de Bragança. Era o terceiro ducado de Portugal (os dois primeiros foram criados por João I para os seus dois filhos: o de Coimbra ficou para Pedro e o de Viseu foi entregue ao Infante D. Henrique).
Depois da batalha de Alfarrobeira (1449), D. Afonso V concedeu ao Duque de Bragança outras importantíssimas mercês. Quando partiu para África, nove anos depois, o rei deixou entregue ao duque o governo do reino durante a sua ausência.
Foi primeiramente sepultado na Igreja de Santa Maria Maior de Chaves, sendo trasladado depois para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Convento de S. Francisco. Desde 1942 que os seus restos mortais estão depositados no Panteão dos Duques de Bragança, na Igreja dos Agostinhos, em Vila Viçosa.
Dom Afonso I.