A Batalha de Alfarrobeira foi o combate travado entre o jovem rei D. Afonso V e o seu tio, o Infante D. Pedro, a 20 de maio de 1449, junto da ribeira do lugar de Alfarrobeira, em Vialonga, perto de Alverca. No ano anterior, aconselhado por seu tio bastardo Afonso, Duque de Bragança, pelo Conde de Ourém e pelo arcebispo de Lisboa, D. Afonso V decidiu afastar o seu tio do governo do reino. Este abandonou a corte e instalou-se na casa ducal de Coimbra.
O monarca não alterou a sua posição mesmo depois das tentativas de conciliação do próprio D. Pedro, que lhe escreveu a renovar a sua obediência. D. Afonso V também não cedeu à conciliação tentada pelo Infante D. Henrique e pelo conde de Avranches.
Ainda em finais de 1448, o rei chamou à Corte o Duque de Bragança, mas pediu que viesse escoltado, uma vez que teria de atravessar terras de Coimbra. D. Pedro, sabedor da vinda do seu inimigo, impediu-o de cruzar as suas terras, passando a ser considerado súbdito desleal ao rei. Logo se publicam éditos contra o Infante e os seus aliados. O ajuste de contas foi inevitável. As tropas de D. Pedro encontraram-se com as tropas reais no lugar de Alfarrobeira, em Vialonga.
Travada a batalha, as tropas do monarca saíram vitoriosas e o Infante morreu no combate, tal como vários fidalgos que o acompanhavam, nomeadamente o seu "braço direito", D. Álvaro Vaz de Almada, sob o grito: "Meu corpo sinto que não podes mais, e tu, minh'alma já tarda; é fartar vilanagem".
Foi geral a reprovação europeia da conduta de D. Afonso V. D. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha, recolheu na Corte da Borgonha os sobrinhos órfãos D. Jaime (mais tarde arcebispo de Lisboa e cardeal), D. João (futuro príncipe de Antioquia) e D. Beatriz (futura esposa de Adolfo de Clèves, senhor de Ravenstein).
Em resumo, Alfarrobeira representou o triunfo da corrente senhorial sobre os princípios de centralização régia que já anunciavam a Idade Moderna. Contudo, convém lembrar que este embate, em parte, foi um conflito entre as duas grandes casas senhoriais da altura, Coimbra e Bragança, numa querela originada nos inícios da regência, logo após a morte do rei D. Duarte.
Afonso V.