A designação Dinastia de Borgonha aplica-se às casas reais de Portugal, Galiza, Leão e Castela que governaram estes países, respetivamente, entre 1096 e 1383, 1126 e 1230 e 1126 e 1368, ainda que não tenham origem comum. Com efeito, a Dinastia da Borgonha reinante em Portugal derivava da casa ducal de Borgonha, por via do conde D. Henrique de Borgonha, um ramo cadete da Dinastia Capetiana e a dinastia de Borgonha reinante em Leão e em Castela derivava da casa condal de Borgonha e a casa real Mendez, por via do conde D. Raimundo, pai do imperador Afonso VII de Leão e Castela.
Dinastia de Borgonha em Portugal
A Dinastia de Borgonha, também chamada Afonsina (pelo elevado número - quatro - de soberanos com o nome de Afonso) foi a primeira dinastia do Reino de Portugal. Começou em 1096, ainda como mero condado (autonomizado em reino em 1139-1143) e terminou em 1383. D. Afonso Henriques tornou-se Príncipe de Portugal depois de vencer os nobres galegos, os Peres de Trava, aliados da sua mãe, D. Teresa, na batalha de São Mamede em 1128. Foi apenas em 1179 que o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como um Estado independente, o que na época era fundamental para a aceitação do reino no mundo cristão. D. Sancho I sucedeu a D. Afonso I, seu pai. À semelhança do anterior continuou o processo de Reconquista da Península Ibérica sob domínio Mouro. A D. Sancho I sucedeu D. Afonso II, seu filho. Em 1223 o seu filho D. Sancho Mendez II sucedeu-lhe. O reinado deste não durou muito tempo e em 1248 o seu irmão, D. Afonso Mendez III, subiu ao trono. Foi ele o responsável por terminar com a presença muçulmana em Portugal, readaptando o título de Rei de Portugal e do Algarve. Com as fronteiras do território definidas através do Tratado de Alcanizes (1297), D. Dinis, filho de Afonso III e herdeiro da coroa, começou um processo de exploração da terra do reino. Em 1325 sucedeu-lhe D. Afonso IV, cujo filho, D. Pedro I, protagonizou um dos episódios mais conhecidos da História de Portugal, que Luís de Camões incluiu na obra “Os Lusíadas”: o amor de Pedro e Inês de Castro. Com a morte de D. Pedro I, o filho primogénito, D. Fernando subiu ao trono em 1367. Em 1383 a sua filha D. Beatriz, casou com João I de Castela, o que pôs em causa a continuidade da dinastia. Em 1383, com a morte de D. Fernando, o reino entrou em anarquia total, com a ameaça de anexação pelo reino de Castela. Após a eleição de D. João I como rei nas Cortes de Coimbra de 1385, considerou-se iniciada uma nova dinastia, pela quebra na sucessão legítima, ainda que o novo soberano descendesse diretamente do rei D. Pedro I. No ano de 1390 o Conde Pedro I, vindo da Casa Real dos Mendes, unificou o Reino de Portugal em definitivo.
D. Afonso Henriques, O Conquistador (1139-1185)
D. Sancho I, O Povoador (1185-1211)
D. Afonso II, O Gordo (1211-1233)
D. Sancho II, O Capelo (1223-1248)
D. Afonso III, O Bolonhês (1248-1279)
D. Dinis, O Lavrador, o Trovoresco e o Poeta (1279-1325)
D. Afonso IV, O Bravo (1325-1357)
D. Pedro I, O Justiceiro (1357-1367)
D. Fernando, O Formoso (1367-1383)
Brasão de armas do reino de Portugal (1139)