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Manuel Teixeira Gomes (1860 - 1941) assume a presidência da república mas ficará desiludido com a política. Demite-se do cargo e impõem a si próprio o exílio no Norte de África.
Assumiu a presidência da república em 1923, mas depressa começou a sentir dificuldades face às cisões existentes entre as várias correntes republicanas.
Dois anos depois de tomar posse demite-se do cargo e embarca para o Norte de África onde viverá em exílio voluntário até ao fim dos seus dias.
Morre em 1941.
Temas: História, Século XX
Ensino: 2º Ciclo, 3º Ciclo, Ensino Secundário
Ficha Técnica
Título: Os Presidentes (Ep. 2)
Tipo: Extrato de Documentário
Autoria: Alexandrina Pereira / Rui Pinto de Almeida
Produção: Braveant para a RTP
Ano: 2011
Informações adicionais:
Manuel Teixeira Gomes GCSE (Vila Nova de Portimão, 27 de Maio de 1860 — Bugia, Argélia, 18 de Outubro de 1941) foi o sétimo presidente da Primeira República Portuguesa de 6 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925. Tem uma biblioteca e uma escola secundária com o seu nome em Portimão. Tem também uma escola de pré-escolar e básico com o seu nome em Lisboa.
Manuel Teixeira Gomes
Assinatura
Biografia
Filho de José Libânio Gomes e Maria da Glória Teixeira de Seixas Braga, foi educado pelos pais, até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga, em Portimão. Aos dez anos foi enviado para o Seminário Maior de Coimbra e posteriormente matriculou-se em Medicina, na Universidade de Coimbra. Cedo desistiu do curso, contrariando a vontade do pai. Muda-se então para Lisboa, onde pertence ao círculo intelectual de Fialho de Almeida e João de Deus. Mais tarde, conhecerá outros vultos importantes da cultura literária da época, como Marcelino Mesquita, Gomes Leal e António Nobre.
O apoio do pai, que decide continuar a custear a vida boémia do filho, permite a Teixeira Gomes desenvolver uma forte tendência para as artes, nomeadamente na literatura, não deixando contudo de admirar a escultura e a pintura, tornando-se amigo de mestres como Columbano Bordalo Pinheiro ou Marques de Oliveira.
Retrato de Manuel Teixeira Gomes aos 21 anos, por João Marques de Oliveira.
Fixado no Porto, aí conheceu Sampaio Bruno, iniciando a sua colaboração em revistas e jornais, entre eles O Primeiro de Janeiro, Folha Nova, Arte & vida (1904-1906), Atlântida (1915-1920) e no periódico O Azeitonense (1919-1920).
Depois de se reconciliar com a família, viaja pela Europa, Norte de África e Próximo Oriente, em representação comercial para negociar os produtos agrícolas produzidos pelas propriedades do pai (frutos secos, nomeadamente amêndoas e figos) o que alarga consideravelmente os seus horizontes culturais.
Em 1899, com 39 anos casa-se com Belmira das Neves de 14 anos, de quem terá duas filhas, Ana Rosa nascida em 1906, e Maria Manuela em 1910.
Republicano convicto, vem a exercer, após o 5 de Outubro de 1910, o cargo de Ministro plenipotenciário de Portugal em Inglaterra. A 11 de Outubro de 1911 apresenta as suas credenciais ao rei Jorge V do Reino Unido, em Londres, onde se encontrava a família real portuguesa no exílio.
A 20 de Março de 1919 foi feito Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Eleito Presidente da República a 6 de Agosto de 1923, viria a demitir-se das suas funções a 11 de Dezembro de 1925, num contexto de enorme perturbação política e social. A sua vontade em dedicar-se exclusivamente à obra literária, foi a sua justificação oficial para a renúncia. A 17 de Dezembro, embarca no paquete holandês «Zeus» rumo a Oran, na Argélia, num auto-exílio voluntário (assunto focado na «efeméride». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt assinalada pela Hemeroteca Municipal de Lisboa).
Morre em 1941 e só em Outubro de 1950 os seus restos mortais voltaram a Portugal, numa cerimónia que veio a tornar-se provavelmente na mais controversa manifestação popular, ocorrida na já então cidade de Portimão, nos tempos do Salazarismo. No funeral estiveram presentes as suas duas filhas, Ana Rosa Teixeira Gomes Calapez e Maria Manuela Teixeira Gomes Pearce de Azevedo.
Deixou uma considerável obra literária, integrada na corrente nefelibata. As suas obras completas estão disponíveis ao grande público através de edição recente.
Manuel Teixeira Gomes enquanto Presidente da República.
Citação
“A política longe de me oferecer encantos ou compensações converteu-se para mim, talvez por exagerada sensibilidade minha, num sacrifício inglório. Dia a dia, vejo desfolhar, de uma imaginária jarra de cristal, as minhas ilusões políticas. Sinto uma necessidade, porventura fisiológica, de voltar às minhas preferências, às minhas cadeiras e aos meus livros.”
Principais obras literárias
Cartas sem Moral Nenhuma (1904)
Agosto Azul (1904)
Sabina Freire (1905)
Desenhos e Anedotas de João de Deus (1907)
Gente Singular (1909)
Cartas a Columbano (1932)
Novelas Eróticas (1935)
Regressos (1935)
Miscelânea (1937)
Maria Adelaide (1938)
Carnaval Literário (1938)