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Presidentes

Ramalho Eanes, o presidente da normalização do regime

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Militar de carreira, foi Presidente da República entre 1976 e 1986. É o primeiro Presidente eleito em Portugal por sufrágio direto e universal.

Militar de Carreira realiza comissões de serviço na Índia, Macau, Moçambique, Guiné e Angola durante a guerra colonial.

Em 1973 participa em protestos de grupos militares contra o regime. Após o 25 de Abril faz parte do chamado Grupo dos Nove onde tem papel relevante nas operações que em 25 Novembro de 1975 abafam uma tentativa de golpe da extrema-esquerda.

Nas presidências de 1976 surge como o candidato do Conselho da Revolução.

É durante os seus mandatos que se dá a normalização democrática e se procede à primeira revisão constitucional que extingue o Conselho da Revolução, criado após o 25 de Abril de 1974.

Temas: História, Século XX

Ensino: 2º Ciclo, 3º Ciclo, Ensino Secundário

Ficha Técnica

Título: “Os Presidentes” (Ep. 15

Tipo: Extrato de Documentário

Autoria: Mário Rui Cardoso

Produção : Braveant para a RTP

Ano : 2011

Informações adicionais:

António dos Santos Ramalho Eanes (Alcains, Castelo Branco, 25 de Janeiro de 1935) é um oficial militar e ex-político português. Grande figura de destaque no Golpe de 25 de Novembro de 1975, foi o 16.º presidente da República assim como o primeiro democraticamente eleito após a revolução de 1974.

Retrato oficial do Presidente Ramalho Eanes (1991), Luís Pinto Coelho. Museu da Presidência da Repúb...

Assinatura

Biografia

Ramalho Eanes nasceu em Alcains, concelho de Castelo Branco, numa família humilde, sendo o seu pai, Manuel dos Santos Eanes, um pequeno empreiteiro de construção civil, e a mãe, Maria do Rosário Ramalho, doméstica. Tem um irmão, João dos Santos Ramalho Eanes.

Em 1942 entrou para o Liceu de Castelo Branco. Terminados os estudos secundários, segue a carreira das armas entrando para o Exército em 1952, estudando tácticas militares (Escola do Exército, de 1952 a 1956; Estágio CIOE-Curso de Instrução de Operações Especiais, em 1962; instrutor de Acção Psicológica no Instituto de Altos Estudos Militares, em 1962). Frequenta, ainda, o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, durante três anos.

No exército, Ramalho Eanes segue a Arma de Infantaria. Serve na Guerra Colonial, realizando comissões na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.

Depois de demorada carreira de combatente, Eanes encontrava-se ainda em serviço em Angola aquando da revolução de 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do conselho de administração da RTP, até março de 1975.

Ramalho Eanes, em visita de Estado aos Estados Unidos, acompanhado de George Shultz (à direita) e Manuela Eanes (à esquerda).

Em 1975, então com a patente de Tenente-Coronel, dirigiu as operações militares do Golpe de 25 de Novembro desse mesmo ano, contra a facção mais radical da esquerda política do MFA.

Já como General do Exército, foi o 10.º Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Portugal de 14 de Julho de 1976 a 16 de Fevereiro de 1981.

Em 1976 foi eleito Presidente da República, sendo reeleito em finais de 1980. Foi, com 41 anos ao começar o primeiro mandato, o mais jovem Presidente da República de sempre e também o primeiro Presidente da República eleito, logo a seguir ao 25 de Abril, tendo cumprido dois mandatos, entre 1976 e 1986.

Com o fim do segundo mandato, em Fevereiro de 1986, assume pouco depois a presidência do Partido Renovador Democrático, vindo a demitir-se desse cargo em 1987.

Nomeado General de quatro estrelas em 24 de Maio de 1978, passou à reserva, por sua iniciativa, em Março de 1986. Em 2000, Ramalho Eanes recusou, por razões de princípio, a promoção a Marechal.

Ramalho Eanes é, actualmente, membro do Conselho de Estado e presidente do Conselho de Curadores do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

É casado com Manuela Eanes. O casamento teve lugar em Lisboa, no Palácio de Queluz, a 28 de Outubro de 1970 e o casal teve dois filhos: Manuel António Neto de Portugal Ramalho Eanes, nascido a 5 de Maio de 1972, casado e pai de Joana; e Miguel Neto de Portugal Ramalho Eanes, nascido a 20 de Outubro de 1977, casado em Julho de 2006 com Sílvia Romeiro, com dois filhos António e Madalena.

Em 15 de Novembro de 2006, Eanes apresentou na Universidade de Navarra, Espanha, a sua tese de doutoramento. A investigação desenvolvida ao longo de dez anos por Eanes teve como título "Sociedade civil e poder político em Portugal", com duas mil páginas, e foi defendida perante um júri composto por três catedráticos espanhóis e dois portugueses.

Eanes foi também o primeiro Chefe de Estado que ao deixar a Belém iniciou um trabalho de investigação científica conducente à obtenção do grau de doutor. Uma iniciativa pioneira, a nível nacional, desconhecendo-se inclusive casos idênticos na Europa.

Em 2008 é noticiado que o General Ramalho Eanes não aceita receber os retroactivos de cerca de um milhão de euros.

Dia 11 de Outubro de 2010 recebeu o Doutoramento Honoris causa pela Universidade de Lisboa aquando das comemorações do centenário desta, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa (5 de Outubro).

Condecorações

Ordens nacionais:

Cavaleiro da Ordem Militar de Avis (1972) – Presidente Américo Thomaz

Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada (1986) – ex officio

Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (2004) – Presidente Jorge Sampaio

Grande-Colar da Ordem da Liberdade (2015) – Presidente Cavaco Silva

Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique (2016) – Presidente Marcelo Rebelo de Sousa

Medalhas Militares

Medalha da Cruz de Guerra – 2ª Classe (1968)

Medalha de Serviços Distintos – Grau Prata com Palma (1971)

Ordens estrangeiras:

Grã-Cruz da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (5 de Março de 1979)

Grã-Cruz de 1.ª Classe Civil da Ordem do Banho da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (15 de Julho de 1980)

Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do Brasil (15 de Julho de 1980)

Grã-Cruz de Classe Especial da Ordem do Mérito da Alemanha Ocidental (15 de Julho de 1980)

1.ª Classe da Ordem da Estrela da Roménia (15 de Julho de 1980)

Com Banda da Ordem de Stara Planina da Bulgária (15 de Julho de 1980)

Grã-Cruz da Ordem do Mérito Militar do Brasil (15 de Julho de 1980)

Com Diamantes da Ordem da Bandeira da Hungria (15 de Julho de 1980)

Colar da Ordem de Carlos III de Espanha (15 de Julho de 1980)

Colar da Ordem de Isabel a Católica de Espanha (15 de Julho de 1980)

Grande-Estrela da Ordem da Bandeira da Jugoslávia (18 de Julho de 1980)

Colar da Ordem Piana do Vaticano / da Santa Sé (18 de Julho de 1980)

Grã-Cruz da Ordem de Mérito de Itália (3 de Novembro de 1980)

Grande-Colar da Ordem de Leopoldo II da Bélgica (7 de Junho de 1982)

Colar com Espadas da Ordem Pro Merito Melitensi da Ordem Soberana e Militar de Malta (29 de Abril de 1983)

Grande-Colar da Ordem da Bandeira da Jugoslávia (30 de Maio de 1983)

Grã-Cruz com Colar da Ordem do Falcão da Islândia (24 de Novembro de 1983)

Grande-Colar da Ordem Nacional do Leopardo do Zaire (5 de Janeiro de 1984)

Grã-Cruz da Ordem da Grande Condecoração do Nilo do Egito (28 de Março de 1984)

República do Congo Grã-Cruz da Ordem de Mérito do Congo (16 de Maio de 1984)

Cavaleiro da Ordem do Leão de Ouro da Casa de Nassau do Luxemburgo (2 de Janeiro de 1985)

Grande-Colar da Ordem do Elefante da Dinamarca (24 de Janeiro de 1985)

Grã-Cruz da Ordem de Honra da Grécia (7 de Fevereiro de 1986)

Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste de Timor-Leste (6 de Agosto de 2012)

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