RTP:
O português Jorge Álvares é o primeiro navegador Europeu a chegar à China. O seu navio aportou a uma ilha, hoje conhecida como Hong-Kong, durante o mês de Maio de 1513. Não certezas sobre o dia em que isso aconteceu. A presença portuguesa fortaleceu-se nos anos seguintes culminando com a instalação de um porto comercial em Macau no ano de 1557.
Informações adicionais:
Jorge Álvares (Freixo de Espada à Cinta, Reino de Portugal, ? – Tamão, Império do Meio, (China), 8 de julho de 1521) foi um explorador português, o primeiro europeu a aportar na China, por via marítima, e, em 1513, a visitar o território que atualmente é Hong Kong.
Biografia
Foi um dos portugueses que, de Malaca, se dirigiram à China, sendo o primeiro a chegar à China, em 1513, na região sul, a mando do Capitão ou Governador de Malaca português, Jorge de Albuquerque, sobrinho do conquistador Afonso de Albuquerque.
A esta visita seguiu-se o estabelecimento de algumas feitorias portuguesas na província de Cantão, onde mais tarde se viria a estabelecer o entreposto de Macau. De acordo com os registos disponíveis, foi o primeiro europeu a alcançar e visitar o território que atualmente é Hong Kong.
Parece ter aportado na ilha de Tamão, situada em Chu-Kiang (através do Rio da Pérola, que passa em Cantão, que os ingleses chamam Pearls River), no distrito do Rio de Este. Castanheda diz que essa ilha ficava a 3 léguas da costa da China; Damião de Góis, a 3 léguas de Nantó, e Gaspar Correia, a 18 a 20 léguas de Cantão. Em vista disto, o historiador macaense José Maria Braga identificou Tamão como a ilha de Lin-tin.
Possuía um junco com o qual se dedicava ao comércio entre Malaca e Cantão, juntamente com Simão de Andrade e Rafael Perestrelo, pioneiros desse comércio, considerado ilegal pelos chineses.
Participou de uma guerra contra o sultão de Bintão, capitaneando uma galé na Armada Portuguesa. Com a abordagem de Tamang (Cantão), apesar da oposição do "Itau" (mandarim local), conseguiu estabelecer-se em uma praia na ilha de Sanchoão, onde ergueu uma cabana que servia de refúgio aos comerciantes clandestinos e onde, para se achar como em terra portuguesa, fizera assentar um padrão.
Passou assim a ser considerado como feitor português de Tamang, continuando, no seu junco, a navegar pelas Molucas. Nestas águas veio a ser atacado pelos indígenas de Ternate, vindo a ser gravemente ferido. Veio falecer na sua cabana, pedindo que fosse enterrado junto ao padrão que fizera erigir.
Jorge Álvares, em Tamão, terá levantado o primeiro Padrão Português na China; junto a esse Padrão sepultou em 1514 o seu filho. A 8 de Julho de 1521, o seu próprio corpo foi ali reunir-se às cinzas desse jovem, falecido seis anos antes do pai.
Terá morrido nos braços do seu amigo Duarte Coelho, famoso capitão dos mares do oriente, que o terá sepultado. O nosso grande cronista João de Barros diz que aquela terra de idolatria pode comer o seu corpo, mas visto que por honra de sua Pátria em os fins da terra pôs aquele padrão de seus descobrimentos, não comerá a memória de sua sepultura, enquanto esta nossa escritura durar.
Estátua de Jorge Álvares em Macau
Línguas
O português de Macau é um dialeto da língua portuguesa falado no território, sendo uma língua oficial ao lado do cantonês. O português é falado apenas por 7% dos residentes e menos de 2% o utilizam como língua materna. Em Macau também fala-se o patuá macaense, uma língua crioula de base portuguesa muito influenciada pelo cantonês, malaio, cristão, cingalês e por outras línguas. Apesar do português ser uma língua oficial de Macau, tem uma presença reduzida no período atual da região administrativa especial, facto semelhante que ocorre com o patuá macaense que está em via de extinção, com cada vez menos macaenses que dominam este crioulo.
Atualmente, existe apenas uma escola em Macau onde o português é ensinado. No entanto, houve um aumento no ensino da língua de Camões, devido às relações comerciais entre a China e os países lusófonos como Angola, Brasil, Moçambique e Timor-Leste, com 5 000 estudantes que estão a aprender o português.
Os letreiros e cartazes da cidade são escritos em português e em chinês tradicional.
Uma placa com a língua chinesa e portuguesa em Macau